quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Medida vai limitar ônibus no Centro da cidade

A partir de 1º de janeiro, todos os ônibus intermunicipais estarão proibidos de circular no Centro da cidade. A medida é uma alternativa da Prefeitura para atenuar o fluxo de veículos, principalmente nas ruas 7 de Setembro e Beira-rio. O Terminal Rodoviário passará a ser o único ponto de embarque e desembarque dos passageiros vindos de outras cidades.

A proposta também prevê a integração das empresas com os terminais urbanos de Blumenau, por meio do pagamento de uma taxa integrada sobre as passagens. O Serviço Autônomo Municipal de Trânsito e Transportes (Seterb) estima que 500 ônibus intermunicipais circulem por dia em Blumenau.

O prefeito João Paulo Kleinübing justifica a medida afirmando que a ideia é centralizar o fluxo de passageiros vindos de outras cidades. “Se a cidade já tem o transporte coletivo operando na região central, não há necessidade do aglomero causado por tantos ônibus”, argumenta.

Conforme Kleinübing, o objetivo é transformar gradativamente a Via Expressa como a principal via de acesso à rodoviária e limitar o fluxo dos ônibus nas ruas do Município. Além dos pontos da Beira-rio e 7 de Setembro, as paradas intermunicipais da Reunidas e Catarinense - na rua República Argentina, na Ponta Aguda - também serão desativadas, já que as empresas possuem concessão com características não-urbanas.

Discussão
Até lá, representantes das empresas, do Consórcio Siga, do Seterb e técnicos do Departamento Estadual de Transportes e Terminais (Deter) se reúnem semanalmente para propor qual a melhor forma de adaptar o trajeto e a incorporação do serviço com os terminais urbanos. Para o presidente do Consórcio Siga, Humberto Jorge Sackl, a maior dificuldade será aplicar uma tarifa única aos passageiros.

“Antes, é preciso pensar em ampliar a estrutura dos terminais, que já não estão comportando os ônibus, e desenvolver uma forma de fazer a cobrança unificada dos passageiros sem gerar prejuízo às empresas”, sugere, admitindo que a proposta deve incentivar o uso do transporte coletivo dentro de Blumenau.

Saiba mais
O que deve mudar
• O objetivo é transformar a Via Expressa como principal acesso à cidade
• 500 ônibus intermunicipais circulam por dia em Blumenau
• Ônibus pontos do Centro e da República Argentina
• A proposta pretende integrar os ônibus aos seis terminais urbanos

Transporte coletivo
• As catracas do transporte coletivo são giradas 3 milhões de vezes por mês
• São 258 ônibus do transporte coletivo
• A velocidade ideal de deslocamento dos ônibus é de 24 quilômetros por hora nos horários normais e 20, em horário de pico
• O transporte coletivo tem feito apenas 8 quilômetros por hora nos horários de pico.

Medidas buscam agilidade no transporte público
A proposta de restringir a circulação de ônibus intermunicipais no Centro da cidade casa com a implantação dos corredores exclusivos para ônibus, que serão criados assim que o empréstimo de R$ 50 milhões for liberado pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A expectativa da Prefeitura é iniciar as obras até o fim do ano. Serão criadas pistas exclusivas interligando os terminais Aterro, Fonte e Proeb, incluindo ruas como São Paulo, 2 de Setembro e Engenheiro Paul Werner.

Os projetos buscam reduzir os atrasos e a morosidade do transporte coletivo no horário de pico. Enquanto a velocidade ideal de deslocamento dos ônibus é de 24 quilômetros por hora nos horários normais e 20, em horário de pico, com as condições atuais, o transporte coletivo tem feito apenas oito quilômetros por hora.

Há 30 dias, o Consórcio Siga está aplicando um estudo que pretende levantar quantos usuários utilizam cada linha, quais os principais destinos, os horários exatos de maior movimento e quais terminais apresentam maior demanda.

Conforme o presidente do Siga, Humberto Jorge Sackl, com os dados na mão, será possível redirecionar a frota e modificar as rotas de acordo com a necessidade dos usuários. Além de otimizar o serviço, o estudo deve ajudar a reduzir os atrasos e o custo da operação. “O problema é que muitas vezes um ônibus articulado viaja vazio e gera um prejuízo enorme. Em outros casos, atrasa, e acaba lotando. O estudo vai ajudar a realocar ônibus para os pontos de maior necessidade”, aposta. A análise se estende até o fim do ano.







Imagens e texto: Jornal Folha de Blumenau